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27 February 2006

.:: fado


muitas vezes vou a descer a rua e individuos chegam ao pé de mim e dizem : ó pedro .. fado ?
É verdade. Ouço Fado. Gosto de Fado e "prontos". Então e porquê ? Porque entre muitas outras coisas existe um fado para cada situação de vida. (...) Era eu miudo. Recém entrado na mui nobre Universidade da Beira Interior. Um dos passatempos favoritos de eu era entrar no comboio em direcção á Beira Interior, sair e voltar a entrar no comboio em direcção a Lisboa. Vinha para Lisboa passear. Ouvir música, comprar bugigangas na feira da ladra e deitar de barriga para o ar no miradouro de São Pedro de Alcântara. Deitava na relva com o meu walkman e sorria. Quando chegou o dia de me encontrar ali com o meu primeiro grande Amor, a música que saía sem pedir licença do meu walkman era a Estrela da Tarde (Carlos do Carmo / Ary dos Santos). Assim quando vejo a menina surgir ao longe naquele final de tarde, estas eram as palavras/sons que estavam a entrar em mim :

"Era a tarde mais longa de todas as tardes que me acontecia,
eu esperava por ti, tu não vinhas tardavas e eu entardecia ..
Era tarde, tão tarde, que a boca tardando-lhe o beijo, mordia
quando à boca da noite surgiste na tarde tal rosa tardia
quando nós nos olhamos tardamos no beijo que a boca pedia
e na tarde ficámos unidos ardendo na luz que morria (...) "

É assim que as músicas ganham vida em nós. É assim que pequenos instantes ficam marcados como momentos únicos na pequena vida de um pequeno rapaz. É assim que muitas e muitas pessoas continuam a ouvir fado. Continuam a ouvir vida.
author
Jake Simms
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