4 da tarde. O calor derrete os últimos neurónios que recusam desligar. Estou em uma estrada qualquer neste país irmão. Irmão á força (forca?) digo eu. Tenho comigo uma pistola de esguichar água. Sou um cowboy do asfalto ... um Quixote Luso a rasgar a paisagem. Disparo á toa. Animais familiarmente estranhos surgem possessos no meu caminho. Canto a sorrir músicas que ninguém lembra. Faço pontaria ao fundo da recta e sempre falho. Continuo sempre e desafiante. Sem olhar para trás pensando em recarregar a minha arma, sem olhar em frente pensando em descarregar a minha alma. Alimento-me dos despojos. Olhares. Pequenos arco-irís que construo em cada disparo aquático. Nada neste instante é vazio, nada neste sentir é automático. Em frente grito ! PUM PUM