Era uma vez eu. Eu e um Okapi.
Um dia decidiu-se ir a vêr (mais) um concerto da Cesária Évora ao Coliseu de Lisboa. Música que embala e dá vontade de dançar mesmo a mim que nao me movo por quase nada deste mundo. Vários dias antes, para repetir cenas já gastas, verifiquei uma e outra vez o dia e ahora deste concerto. Tudo já me havia passado, ir a um concerto por engano, confundir Segunda con Terça ou sair de um jogo de basket a meio para um concerto (que os músicos decidiram adiantar?). Assim, certinho do que ia passar fui eu no meu cavalo branco á procura de Parking nao demasiado longe do Coliseu. Entrei e sentei. Creio que do lado direito do palco. Uma voz em Off diz que o meu telemovel deixe de estar On. Diz também que um artista convidado preencherá a primeira parte do espectáculo (enquanto a Cisse vai aquecendo a voz). O nome desta artista : Lura. Lura. Na Hora e meia que se seguiu um mundo novo de sons nasceu para mim. Enriqueci. Eu e muitos mais nao queriam que esta primeira parte de concerto terminasse nunca. Enriquecidos que estavam também. Passou voando essa noite. No final, na rua fresca, Lura convidava a Cisse para uma discoteca : "Vem com a gente!" ... Estou cansada respondeu Cesária. Lura nao estava cansada. eu sim.
